As melhores viagens rodoviárias no Brasil levam você a montanhas, selvas e praias deslumbrantes

Feb 5, 2024

Estar ao volante de um carro no Brasil abre as portas para um mundo de aventuras em viagens rodoviárias. As distâncias podem ser longas e as rotas podem ser difíceis em alguns lugares, mas a sensação de realização que advém de dirigir pelas sinuosas estradas costeiras, rodovias interiores e estradas de alta montanha do país permanecerá com você por toda a vida.

Com a abordagem opt-in das leis de trânsito e o fato de que 87% das rodovias (rodovias) do Brasil são estradas não pavimentadas e indivisas, dirigir neste enorme país nem sempre é fácil, mas não deixe que isso o desencoraje. Se você continuar dirigindo durante o dia e evitar cidades maiores, as viagens rodoviárias no Brasil ficarão muito menos estressantes.

Com um planejamento cuidadoso e um compromisso filosófico de ir com calma, uma viagem pelo Brasil pode ser uma aventura edificante por um mundo de maravilhas naturais. Aqui está nosso guia com as melhores road trips no Brasil.

Estrada Rio-Santos

Melhor viagem para belas praias

Santos–Rio de Janeiro; 550 km (341 milhas)

A estrada litorânea que liga Rio de Janeiro a São Paulo definitivamente não é a forma mais rápida de se locomover entre as duas cidades, mas é certamente a mais interessante.

Encravado entre as encostas florestadas da Serra do Mar e o Oceano Atlântico, este percurso sinuoso percorre todas as curvas da costa, passando por milhares de praias e centenas de ilhas, algumas das quais merecem uma paragem para pernoitar (Ilha Grande e Ilha Bela são locais de destaque para quebrar a viagem).

Embora a viagem possa ser concluída em dois ou três dias, vale a pena dedicar seu tempo. A estrada foi construída na década de 1970 e tem vista para o oceano durante grande parte do caminho, atravessando rios cintilantes e passando por pacíficas vilas de pescadores, bem como por locais de férias mais movimentados.

A cidade de Paraty, fundada pelos portugueses, é uma parada obrigatória para pernoitar, assim como as praias imaculadas ao norte de Ubatuba, como a Praia do Félix e Itamambuca.

Deixe tempo para atividades também. Ao longo do caminho, você pode explorar cachoeiras, caminhar pela densa Mata Atlântica e desfrutar de degustações em destilarias de cachaça (uma bebida destilada feita com caldo fermentado de cana-de-açúcar). Faça paradas regulares em barracas de praia ou restaurantes sofisticados para experimentar a culinária caiçara, a tradição culinária rica em frutos do mar das comunidades costeiras do sudeste do Brasil.

A Estrada Real

Melhor viagem para locais históricos

Ouro Preto–Paraty; 710 km (441 milhas)

A Estrada Real traça uma fatia importante da história colonial do Brasil ao longo de sua rota de 932 milhas. Na verdade, uma rede de estradas e não uma rota única, a Estrada Real foi construída a partir do trabalho de milhares de escravos a partir do século XVII para ligar as cidades mineiras do interior do Brasil aos portos de Paraty e mais tarde do Rio de Janeiro, de onde ouro e diamantes foram enviados para Portugal. Então, sim, a história colonial de sempre…

Hoje em dia, o percurso destaca-se pela sua paisagem, cultura e arquitectura, ligando muitos dos mais marcantes municípios da era portuguesa no Brasil. Para ajudar na localização do percurso, o Instituto Estrada Real pode fornecer mapas e um “passaporte” da Estrada Real que pode ser carimbado nos postos de controlo ao longo do caminho.

O trecho mais interessante é o Caminho Velho, que liga as cidades coloniais de Ouro Preto, Tiradentes, Mariana e Congonhas, famosas por suas igrejas barrocas e ruas íngremes de paralelepípedos.

O Caminho Velho leva cerca de oito dias para ser percorrido e segue principalmente estradas de terra, por isso um 4×4 é obrigatório. O percurso começa em Ouro Preto e termina no litoral de Paraty – ambos são Patrimônios Mundiais da Unesco, aclamados por sua história e biodiversidade, respectivamente.

O Litoral Norte da Bahia

Melhor viagem para ver o mar

Aracajú–Boipeba; 560 km (347 milhas)

A Bahia é o estado brasileiro com o maior litoral – impressionantes 930 km (579 milhas) de resorts de praia chiques, pequenas vilas de pescadores e tudo mais. Costa dos Cocos, Costa do Cacau e Costa do Descobrimento são alguns dos nomes evocativos aplicados a trechos específicos deste litoral.

Na Bahia ninguém tem pressa, e essa é a melhor abordagem para esta road trip, parando sempre que possível para almoços de frutos do mar frescos e mergulhos no mar.

Começando na capital do estado de Sergipe, Aracajú, é fácil chegar de carro ao sul até Mangue Seco, uma bela península no extremo norte do estado da Bahia e no início da Costa dos Coqueiros, repleta de palmeiras. A cidade turística de Praia do Forte e o projeto de preservação das tartarugas Tamar também merecem uma visita, antes de chegar a Salvador, a histórica capital do estado e o coração da cultura afro-brasileira do Brasil.

Uma balsa regular atravessa a Baía de Todos os Santos até Bom Despacho, de onde a Costa do Dendê segue para o sul, oferecendo paradas de praia mais atraentes. Para finalizar, estacione em Valença ou Graciosa e pegue uma pequena lancha até a Ilha de Boipeba, famosa por sua areia branca e cristalina e águas azul-turquesa.

Rota das Emoções

Melhor viagem para escapismo

São Luís do Maranhão–Jericoacoara; 642 km (399 milhas)

Um passeio pelo lado selvagem pode ser uma tradução mais poética da Rota das Emoções – a “Rota das Emoções” (felizes, esperamos). O longo trecho da estrada que liga São Luís, capital do Maranhão, à cidade litorânea de Jericoacoara contempla as maravilhas naturais deste canto ventoso da costa nordeste do Brasil.

A primeira parada é nos Lençóis Maranhenses, onde lagoas de água doce cristalinas se formam durante a estação chuvosa em uma extensão de 1.550 quilômetros quadrados (598 milhas quadradas) de dunas de areia. Para apreciar a majestade do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um voo fretado oferece o melhor ponto de vista, mas caminhadas, passeios de quadriciclo e passeios de jipe ​​permitem aos visitantes o bônus de um mergulho nas lagoas.

Em seguida, pare no Delta do Rio Parnaíba, onde dezenas de ilhas abrigam manguezais e um conjunto de flora e fauna melhor explorado de barco. Bandos de guarás vermelhos brilhantes (íbis escarlates) enchem os céus quando chegam para empoleirar-se ao pôr do sol.

O trecho final é pelo litoral cearense – um dos principais destinos do mundo para a prática de kitesurf – terminando em Jericoacoara (ou “Jeri”) para alguns dias aproveitando as belezas do parque nacional vizinho, praticando kitesurf ou simplesmente relaxando na praia. A cidade é cercada por dunas e mar, mas é possível dirigir até Jeri pegando um guia local em Jijoca ou Preá e esvaziando os pneus para dirigir na areia para navegar no trecho final.

Caso contrário, você pode estacionar fora das dunas e fazer um transfer em 4×4. A pequena cidade de Camocim também oferece opções de estacionamento e passeios de buggy até Jeri.

Estrada Transpantaneira

Melhor viagem para a vida selvagem

Poconé–Porto Jofre; 150 km (93 milhas)

O Pantanal é a maior zona húmida do mundo, cobrindo cerca de 209.790 km2 (81.000 milhas quadradas), principalmente no Brasil, mas também se espalhando pelos vizinhos Bolívia e Paraguai.

Este país das maravilhas naturais é uma visita obrigatória para os amantes da vida selvagem – as florestas estão repletas de grandes criaturas como jacarés, capivaras e onças e uma variedade de pássaros. A melhor forma de chegar aos pontos mais remotos do Panatal é de avião ou barco, mas você pode chegar aqui sobre quatro rodas seguindo a estrada conhecida como Transpantaneira – rota MT-060.

Essa estrada de terra corta o Pantanal pelo norte e pode ser percorrida em carro comum durante a estação seca (abril a setembro), quando a vida selvagem também é mais fácil de avistar. Porém, um 4×4 é essencial durante a estação das chuvas, quando os rios podem se transformar em lagos. Hotéis de diversos padrões ocupam a Transpantaneira, e a maioria pode organizar passeios de barco e excursões noturnas em busca da vida selvagem.

Quando os incêndios devastaram o Pantanal em 2020, foi lançada uma campanha para incentivar a visita dos turistas, promovendo o turismo responsável como uma alternativa económica viável à pecuária para ajudar a proteger a biodiversidade única da região. O Instituto Homem Pantaneiro é uma ONG local que, entre outras coisas, promove experiências de ecoturismo, investindo sua renda em projetos locais de conservação.

Serra do Espírito Santo

Melhor viagem para comer e beber

Início – Vitória; Finalização – Alto do Caparaó; Distância – 151 milhas/243 km

O estado litorâneo do Espírito Santo fica entre o Rio de Janeiro e a Bahia, e suas montanhas verdes oferecem algumas das melhores caminhadas do Brasil. A menos de uma hora de carro da capital do estado, Vitória, a rodovia BR-262 sobe lentamente até a Serra Capixaba, onde um cenário de agroturismo floresceu nos últimos anos.

Fazendas orgânicas, delicatessens, restaurantes, cafés e pousadas estão mapeadas em uma rota suave que liga Domingos Martins a Venda Nova do Imigrante.

Em meados do século XIX, imigrantes começaram a chegar a esta área vindos da Alemanha, Itália e Pomerânia (uma região histórica no Mar Báltico), e viveram em relativo isolamento até a construção da BR-262 na década de 1960.

Muitas das suas tradições ainda estão vivas, especialmente nas suas cozinhas. Em Venda Nova do Imigrante, os destaques são o socol (linguiça suína de origem italiana) e a polenta – a cidade ainda recebe anualmente um festival de polenta que serve um pote gigante de polenta que pesa mais de uma tonelada.

A Rota do Lagarto, um desvio bucólico de 8 km da BR-262, passa pela entrada do parque estadual da Pedra Azul, onde os caminhantes podem subir até o topo da rocha de granito “azul” que deu nome ao parque . Para vistas igualmente deslumbrantes e uma caminhada mais desafiadora, são mais 62 milhas até o Pico da Bandeira, de 2.892 m (9.488 pés), a terceira montanha mais alta do Brasil.

Rio do Rastro

Melhor viagem para vistas panorâmicas

Lauro Muller–Bom Jardim da Serra; 34 km (21 milhas)

No alto da Serra Catarinense, onde os topos dos picos ficam salpicados de neve no inverno, a estrada do Rio do Rastro serpenteia ao longo de uma serra íngreme em uma série de chicanas acentuadas. Este curto trecho de estrada, que abraça precariamente uma encosta íngreme de montanha, é possivelmente o passeio mais deslumbrante do Brasil.

Vistas espetaculares dos vales abaixo se abrem ao lado da rota, e mirantes panorâmicos ao longo do caminho permitem que os motoristas parem e tirem fotos. Comece ou termine em Lauro Muller ou Bom Jardim da Serra – as duas pequenas cidades que margeiam a estrada Rio do Rastro, oficialmente conhecida como SC-390 – terminando cerca de 100 km (62 milhas) a leste da costa.

O ponto mais alto da estrada, o Mirante Serra do Rio do Rastro, com 1.460 m (4.790 pés), é um bom local para estacionar e almoçar. Num dia claro, os visitantes podem ver até o Oceano Atlântico; evite o nevoeiro matinal visitando entre as 11h e as 15h.

A partir daqui, é um curto desvio de 2,9 km (1,8 milhas) para visitar o Cânion da Ronda – um desfiladeiro com vista de 360 graus, um parque eólico e uma trilha curta e gratificante para caminhadas. Já na região, vale a pena parar na cachoeira da Barrinha.

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